segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Morangos silvestres

Meus sonhos são casas em ruínas
um Coliseu habitado por animais rastejantes
homens de pedra-pome?

Quanto mais me aproximo da velhice
mais perto e palpável fica minha infância
como se eu quisesse escalar o cordão umbilical
que me expeliu, voltar ao útero,
compreendê-lo e depois boiar
certo que o fim é uma outra ponta do começo.

Desde que nasci, ando pra trás
- uma régua de negativas-
aritmeticamente trágico
e me seguro para não despencar
nessa espécie maior de ausência

BARATAS BRANCAS.

12 comentários:

Vanessa Anacleto disse...

Vim pelo título Márcia, e não me decepcionei :-)

beijo

Anônimo disse...

Intenso! Gosto do homems de pedra-pome... Isso me leva a pensar muitas coisas! Aqui sim você me surpreendeu, saindo um pouco da sua literatura. Até por ser um poema! Andando em todos os caminhos, essa é a vida!

Felicidade Clandestina disse...

querida,
novo link do blog: http://consideracaodopoema.blogspot.com/


abraços

naomi conte disse...

viver é morrer um pouco a cada dia é o que dizem por aí...

Parreira disse...

Morango ácido, como sempre.

Alexandre Gaioto disse...

Bacana.

lisa disse...

é um eterno retorno, voltamos a fonte e parece que esse ciclo não para.

Edson Cruz disse...

belo poema.

Ramon de Alencar disse...

...
-Avançar para o futuro é caminhar de costas... vemos apenas o passado ficando cada vez mais distante, enquanto a ânsia de retornar ao início de tudo só cresce...

(obs: Você é a primeira pessoa que vi que conhece o filme a Lenda do Pianista do Mar :P )

Wagner Bezerra disse...

E fiquei realmente branco diante de tais palavras...branco no sentido etéreo da palavra...^^ bjão! =*

verinha disse...

Adorei seus textos..
Parabens

vera portella

Anônimo disse...

Essas baratas brancas estão a apoderar-se de sua casa Márcia.. Não deixe que elas o domine.
Lindo texto, como diz coraçãozinhos, Ameiiii Monaaa.

Beijin. :p