Havia um
barulho de moedas
despencando na noite
e o bater
de asas desarmônico das moscas
o azul
terno das moscas moribundas.
Pareciam
sinos entoando tristes melodias
e eu
pensava em partir,
ouvindo o
apito urgente dos navios,
embora não
houvesse portos nos arredores
nem sonhos
despedaçados de velhos marinheiros.
As coisas
não acabam quando terminam – desterros,
precisam
se acostumar com a solidão dos relógios
parados,
dos
pêndulos desnudos – A crônica da casa
assassinada
com a
sublimação agonizante das naftalinas.
os objetos
se desfazem antes ou depois
se
espremendo numa verdade inventada,
Partida
–ficção e traças...
Pinto o
rouge et noir
dos
morangos mofados
lagartas
sem metamorfoses
queimando
o oco do meu peito
-
ensurdeço.
A gosma branca
da solidão
anda feito
lesma no meu dorso
um resto
em retardo do seu gozo.
Hoje,
tétano nos
meus olhos enferrujados
de tanto
ver.
A dor é
uma crosta espessa
falsos
moluscos enrodilhando minha pele
Peixes
estripados.