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Côncavo
Cólera nos meus olhos pequenos de passarinho morto
O pior chute é aquele que vem da inocência cortante das palavras
(a ainda menina e sua vulva violentada entre as coxas)
É preciso velar pelas bocas costuradas
Gosto de pintar homens sem faces
Subjugados pela insensatez dos ponteiros e de outros homens
- essa nossa vida anti-horário
A nos comer pelos pés.
Hoje as paredes caiadas discorrem mais a meu respeito
Do que cien años de soledad ao seu lado
De todo nosso amor anárquico
Restam-me ridículos pontos de luz furtados
Escapando rotos pelas venezianas trancadas
Agora seus gozos mancham outros úteros
Suas mãos convulsivas já não me dividem ao meio
Como a mim mesma – autoflagelo.
Contudo, alimento os escorpiões encalacrados das madrugadas.
Cólera nos meus olhos pequenos de passarinho morto
O pior chute é aquele que vem da inocência cortante das palavras
(a ainda menina e sua vulva violentada entre as coxas)
É preciso velar pelas bocas costuradas
Gosto de pintar homens sem faces
Subjugados pela insensatez dos ponteiros e de outros homens
- essa nossa vida anti-horário
A nos comer pelos pés.
Hoje as paredes caiadas discorrem mais a meu respeito
Do que cien años de soledad ao seu lado
De todo nosso amor anárquico
Restam-me ridículos pontos de luz furtados
Escapando rotos pelas venezianas trancadas
Agora seus gozos mancham outros úteros
Suas mãos convulsivas já não me dividem ao meio
Como a mim mesma – autoflagelo.
Contudo, alimento os escorpiões encalacrados das madrugadas.
16 comentários:
"Agora seus gozos mancham outros úteros
Suas mãos convulsivas já não me dividem ao meio
Como a mim mesma – autoflagelo."
Márcia, delirante, intenso, forte, maravilhoso-especialmente esse trecho. beijo.
Eu me recuso a fazer mais comentários: todos eles já são redundantes.
Curto textos assim, um tanto rancorosos. Uma pitadinha de ironia talvez fizesse muito bem ao ótimo texto.
Abraços.
Fica a lembrança e sentimentos de perda ou de coleções de momentos. "homens sem face" perfeito.
Senti uma saudade corrosiva escorrendo por todos os veios e veias...
:)
Obrigada eu, menina!
Estive em Cabo Verde, ano passado, mergulhei no interior de uma das ilhas, e reencontrei a minha essência lá. Relato as emoções sentidas aqui: http://cantodaboca.blogspot.com/2009/10/cabo-verde-nha-cretcheu.html
se quiseres, tento trazer um pouco das Ilhas Crioulas, das vivências. Eu também estudo sobre Cabo Verde.
Beijo!
;)
Márcia amiga,arrepiante e dilacerante, auto flagelo, simplesmente de deixar sangue escorrendo pelos cantos da boca, sempre maravilhosa a sua escrita, abração.
Marcia, primeiro: adorei tua poesia, tua poética, tua pose. (primeiro: adorei você, escritora). Primeiro: teu blog da gosto de entrar, e ficar, gostar. Primeiro: tua visão está além, já está além, és daquelas que já ultrapassaram o raso e o profundo - "és das minhas"? - eu até entendo que. Primeiro: eu entendo que. Eu entendo.
Segundo, você lê Sylvia Plath?
Belo blog, bela postagem...
Muito bom seu trabalho!!!
Parabéns...
Conheça:
http://mailsonfurtado.blogspot.com
Adorei!
Você é tão linda! :)
tomei a ousadia de postar algo seu no Reino.
tais palavras me fascinaram...
Precisasmos sim de alimentar aquilo que nos sustenta de alguma maneira.
Cadinho RoCo
Uuuuuuuuu.... Forte!!!!
chega a materializar uma cena em minha cuca.
Gostei do seu blog.
hehe
bjooos
sigo-te
Não te conhecia, pelo menos e a sensação que tenho e sai lendo seus escritos como quem arranca os lençóis da cama. E sim, gostei daqui e espero voltar, mas tudo depende dos desacertos do mundo já que nem posso dizer-te ao certo o que me trouxe aqui. O vento sei que de fato não foi, pois a paisagem segue imóvel e o deserto que é essa urbanicidade não cabe nessa breve janela. Grazie pelos dizeres que me alcançaram nessa estranha tarde de sexta-feira. Vou a pé mesmo a partir de agora com a sensação de gozo entre as mãos...
necessario verificar:)
Quem não se autoflagela, não sabe a intensidade de sentir um orgasmo.
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