quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Escamas
Ressoa a pele verde e incrustada de mágoas - clave de sol -
um verme se espreme entre as circunvoluções do meu cérebro
Respiro aliviada porque meus pelos têm a cor dos cachorros magros
Respiro aliviada porque minha alma tem a candura das tardes longas de solstício
Respiro aliviada porque minha boca perdeu o fel de antigamente.
A língua salivante de lagarto passeia abstrata nas minhas gretas
Geme meu quadril curva desalinhada
Quero desentristecer
mas olho de soslaio as venezianas
e vejo me encarando seu sorriso entre muralhas.
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5 comentários:
Putz! Maravilhoso! Beijo
Alguns versos deste belo poema, caso eu não esteja enganado, fazem parte de um dos seus contos, gosto desta proximidade de gêneros, principalmente quando vem do eu-profundo.
Nem sei o que dizer. Às vezes acontece e fico assim, mudo. Mas é só pra dizer que estive aqui - rs
Bj.
Há toques tão surreais na tua escrita... Salve a criatividade humana!Grande abraço
a sexualidade sempre presente é uma marca em barbieri, mas essa marca não é uma referencia besta e nem apelativa, antes deságua no querer a vida e da vida o viver sem medo.
A escrita de marcia busca desenterrar escombros repressivos que lá do fundo da alma pode levar vida a ser morte e marcia escolheu a vida, simples né.
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