Já carreguei muitos personagens no colo e já chutei sem remorsos muitos homens, cujas vidas mais parecem relatos jornalísticos...
quarta-feira, 1 de maio de 2013
I
Não sou homem sou uma matilha dividindo-destroçando o mesmo fêmur
Não sou nem esse lobo que crava os dentes no osso nem esse osso perfurado estou entre um e outro sou essa membrana, essa baba branca, esse órgão acoplado, essa partitura de mandíbulas desencaixadas - caótica e ruidosa.
3 comentários:
Fernando Rocha
disse...
Ser um não-ser, uma difícil tarefa, cego para tocar a partitura que não está escrita em braile.
3 comentários:
Ser um não-ser, uma difícil tarefa, cego para tocar a partitura que não está escrita em braile.
Identifiquei neste poema o mesmo desencaixe existencial encontrado em Sá Carneiro, principalmente em: "Eu não sou nem o Outro..."
O resto do osso, o resto da carne, um pouco de nada e de humano.
Estou completamente APAIXONADA pela sua tragédia, Márcia...rs.
Um beijo,
Huck
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