Queria ser simplesmente,
o homem de terno e chapéu,
que passa,
E deixa na esquina mais próxima
um resto de sua sombra
que não coube na mesquinhez do corpo
(um pedaço renegado de alma)
um fiapo de negritude,
preso, apodrecendo entre os dentes
- Indigesto -
jogado no estômago vazio da calçada,
causando uma estranheza
e um insignificante incômodo
nos sapatos atônitos dos pedestres.
3 comentários:
E que bom saber que poema pensa como eu. Nosso corpo é pequeno pra tanta vastidão.
Não escrevo poemas, Marcia. Não tenho esse dom. Ou talvez não goste. Escrevia quando era mais nova. Hoje não consigo. Mas leio poesia e admiro.
Bjs.
Letícia
Tens razão quando me falas que gostas da coisa da imagem, Márcia.
Você criou uma imagem que tem vida e que dispensaria o uso da imagem surreal que colocastes.
Essa coisa de deixar nossa marca, marcar nosso território. Cativo, o ser nosso feito de fragmentos deixado em películas no tato-alma daquele que nos quer, ou não.
Braços de abraçar, Márcia.
Sempre...
Cádor
Tão encantador que me espanta de uma maniera hipnotizadora...simplesmente.
Abraços
Amelia (mel)
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